sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Depois de ver o especial sobre a Elis Regina ontem, me pergunto: a Elis era uma grande cantora, ou a Globo é que fez um excelente marketing?
Também lembrei que alguém me disse certa vez que os gaúchos se ressentiam muito com ela, por nunca ter voltado ao Rio Grande para fazer um show... verdade?
Lembro de vê-la cantando uma ou duas vezes na Globo, quando eu ainda era pequena demais para entender de marketing ou da alma gaúcha. E então ela já me pareceu ótima.
Que se danem os críticos da Globo e os gaúchos bairristas. Se eu tivesse metade da voz da Elis Regina tava louca de feliz!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Gestação

Nove meses para nascer o amor
Nove meses para descobrir a dor
Nove meses para entender de solidão
Nove meses para envelhecer
Nove meses para pulsar um coração
Nove meses para sorrir
Nove meses para esquecer o mundo
Nove meses para parir uma vida inteira
E mais nove vezes nove meses de espera pelo vazio infinito.

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

"... atira a primeira
atira a segunda iá iá
até descarregar o tambor
até apagar a luz de Iôiô
até nunca mais..."

(Atirador - do álbum Lenine Acústico MTV)

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Perfeição de Natal

Todo ano eu tento
Escrever um poema de natal
Curto, direto, mágico
Que toque o coração da gente simples
Da gente complexa
Da gente convexa
Um poema magistral
Perfeito em síntese, verso e trama
Liberto de todo mal
Bom e leve como a folha de outono
E que guarde um pouco de mim em suas rimas
Que é para deixar com quem me ama
(e se não ama um dia há de amar ou ei de amá-lo)
A sensação do abraço apertado
E a doce saudade de saber que um dia um pelo outro passamos

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Infinita e Triste

(depois do filme Visões, minha visão do filme)
a crueldade mora no coração
em algum canto entre a compaixão e o desespero
ela adormece enraizada

e até que venha à tona
em sua sistólica empreitada
nos espreita sem remorso
essa donzela mascarada

a crueldade é um labirinto sem saída
silada insuspeita
filha pródiga
que leva à loucura os fracos
e traz à tona os restos varridos sob o tapete da alma

infinita e triste ela nos tenta
provoca
ameaça
infinita e triste para sempre
até que a morte nos desfaça
"... e eras assim. Por que não deste somente um raio ao teu viver?"

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Grito

Guardo um grito embolado no peito
Dez vezes mergulhado em cimento
Profundo, arredio
E todo meu

Completamente selado lá dentro
Guardo esse estranho sentido
Do não ser
Que há de crescer por entre os anos
E sufocar-me de enganos
Até explodir
"De tudo ficou um pouco
Do meu medo.
Do teu asco.
Dos gritos gagos.
Da rosa ficou um pouco..."
(Resíduo - Carlos Drummond de Andrade")

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Transcrição de um debate acalorado:

Maickel para todos:
"Para refletir...
Uma certa universitária cursava o sexto semestre da Faculdade.
Como é comum no meio universitário, ela estava convencida de que era de esquerda
e estava a favor da distribuição da riqueza.
Tinha vergonha de que o seu pai fosse empresário e conseqüentemente de direita,
portanto,contrário aos programas socialistas e seus projetos que davam benefícios
aos que mais necessiatavam e cobrava impostos mais altos para os que tinham mais dinheiro.
A maioria dos seus professores e alunos sempre defendia a tese de distribuição mais justa das riquezas do país.
Por tudo isso, um dia, ela decidiu enfrentar o pai.
Falou com ele sobre o materialismo histórico e a dialética de Marx, procurando mostrar que ele estava errado
ao defender um sistema tão injusto e perverso como a direita pregava.
Seu pai ouviu pacientemente, como só um pai consegue fazer, todos os argumentos da filha e no meio da conversa perguntou:
Como você vai na escola ?
Vou bem, respondeu ela. Minha média de notas é 9, estudo muito mas vale a pena. Meu futuro depende disso eu sei !
Não tenho vida social, durmo pouco, mas vou em frente.
O pai prosseguiu:
E aquela tua amiga Sonia, como vai?
E ela respondeu com muita segurança:
Muito mal. A sua média é 3, ela passa os dias no shopping e namora o dia todo.
Pouco estuda e algumas vezes nem sequer vai às aulas. Acho até que ela é meio burra .
Com certeza, repetirá o semestre.
O pai, olhando nos olhos da filha, aconselhou:
Que tal se você sugerisse aos professores ou ao coordenador do curso para que sejam transferidos 3 pontos
das suas notas para as da Sonia?
Com isso, vocês duas teriam a mesma média.
Não seria um bom resultado para você, mas, convenhamos, seria uma boa e democrática
distribuição de notas para permitir a futura aprovação de voces duas.
Ela indignada retrucou:
Porra nenhuma! Trabalhei muito para conseguir essas notas , enquanto a Sonia buscava o lado fácil da vida.
Não acho justo que todo o trabalho que tive seja, simplesmente, dado a outra pessoa.
Seu pai, então, a abraçou, carinhosamente, dizendo:

BEM-VINDA À DIREITA!!!!"

Débora para todos:
"Normalmente eu não respondo, mas essa é uma visão muito simplista do mundo. Colocar todos os pobres numa mesma panela – como se não existissem aqueles que trabalham muito e não conseguem sair da probreza, e aqueles que querem mudar mas não sabem como (porque não tiveram oportunidade de estudo e vieram de famílias tão mal instruídas quanto eles) é posicionamento típico de quem, de um jeito ou de outro, sempre teve escolha.

Esquerda ou direita, o correto não é distribuir a renda de forma igualitária, mas distribuir a possibilidade de escolha de forma igualitária, oferecendo estudo (de qualidade, não o que as nossas escolas públicas oferecem) e capacidade de analisar de forma clara todas as possibilidades do mundo (porque o maior risco de vir de uma família onde sempre se foi pobre é acreditar que essa é a única possibilidade de vida que existe). Quando conhecimento, cultura e possibilidade de escolha forem distribuídas de forma igualitária, aí sim poderemos dividir o mundo entre preguiçosos e esforçados. Até lá a gente devia enterrar os discursos partidários. "

Joselita para Débora:
"OI

Aplausos de pé pra vc!"

Maickel para Débora:
"É... o problema é que esse povo que "nunca teve escolha", na hora em que tem que escolher, como nas eleições, vota por manter tudo do jeito que está."

Débora para Maickel:
"Vota errado pq não tem cultura e conhecimento pra analisar um governo que foi democrático na promessa e populista na prática. (aliás, a maioria nem sabe o que é populismo)."

Liana para todos:
"Ta ai... uma singela contribuição para tão acalorado debate. :D

Populismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Chamam-se de populismo uma série de movimentos políticos que propõem-se a colocar, no centro de toda ação política, o povo enquanto massa, desqualificando a idéia da democracia representativa. Exemplos típicos são o populismo russo do final do século XIX, que visava transferir o poder político às comunas camponesas por meio de uma reforma agrária radical ("partilha negra") e o populismo americano dos EUA da mesma época, que propunha incentivar a pequena agricultura pela prática de uma política monetária que favorecesse a expansão da base monetária e o crédito (bimetalismo).
Historicamente, no entanto, o termo populismo acabou por ser identificado com certos fenômenos políticos típicos da América Latina, principalmente a partir dos anos 1930, estando associado à industrialização, à urbanização e à dissolução das estruturas políticas oligárquicas em que o poder político encontra-se firmemente na mão de aristocracias rurais."

Roger para todos:
"Na verdade…muitos confundem o verdadeiro singnificado.
Vejam...
Cientificamente....o termo “pupulismo” vem do grego “popó”, que significa grande lutador médio-ligeiro da atualidade.
Então, populismo nada mais é que um movimento pró-popó! Já que o maguila já era!

Sempre é bom estar bem informado."

E daí em diante os ânimos começaram a se exaltar.. hehehehehe
A Ponte

Composição: Lenine e Lula Queiroga

Como é que faz pra lavar a roupa?
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte
A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
A ponte nem tem que sair do lugar
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
Com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
Nagô, nagô, na Golden GateE
ntreguei-te
Meu peito jorrando meu leite
Mas no retrato-postal fiz um bilhete
No primeiro avião mandei-te
Coração dilacerado
De lá pra cá sem pernoite
De passaporte rasgado
Sem ter nada que me ajeite
Coqueiros varam varandas no Empire State
Aceite
Minha canção hemisférica
A minha voz na voz da América
Cantei-te
Amei-te

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Você já organizou uma gincana? Dá um trabalho, né? Mas é gratificante. Tive minha primeira experiência nesse sentido nas duas últimas semanas. Era para ser uma gincana diferente, sobre criatividade (explico: na empresa em que trabalho, a inovação é um assunto que vem sendo cada vez mais incorporado à cultura organizacional e, como faço parte do grupo de apoio à inovação, de vez em quando acabo me envolvendo numas atividades extras desse tipo), e nós (da equipe) achamos que tínhamos deixado tudo “redondo” para não haver nenhuma contestação. Um grande engano. Praticamente todas as tarefas geraram algum tipo de discussão. Sempre tem um insatisfeito que vem dizer como tudo poderia ser muito melhor...

Mas, antes de despencar para o lado ruim da coisa, deixa eu voltar para o lado gratificante: já notou como as pessoas se mostram numa experiência dessa? São líderes que surgem nos momentos mais inesperados, gente que nunca se manifesta em nada de uma hora para outra revela um potencial surpreendente, enfim, é uma prática enriquecedora para qualquer organização. As empresas deveriam investir mais tempo em atividades como essa.

E eu devia reservar mais tempo para escrever... mas passa tão rápido que a gente nem se dá conta, né? Cheguei aos 29 com a sensação de ter horas de menos no dia para fazer tudo que gostaria. Quando páro para respirar, vislumbro os 30 observando-me atentamente, de braços abertos, dizendo para deixar os 20 pra lá... mas isso é assunto para outro post.

sábado, 11 de novembro de 2006

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

A quem interessar possa: odeio telefones. E amo horário de verão.

As razões do meu ódio pelo telefone são concentradas: ele me interrompe com um barulho irritante sem que eu tenha solicitado essa interrupção. Já tentei desligar o telefone da minha casa, mas, sem telefone, não tem internet. Então, enquanto não resolvo esse impasse técnico, vou ter que aturar. Isso sem falar no celular, que propositalmente esqueço na bolsa sempre que posso. Só tenho um para poder encontrar os outros, e não para que os outros me encontrem.

Já o horário de verão – ah, o horário de verão! É tudo de bom que alguém podia ter inventado. Sair do trabalho e ver o sol é o melhor antídoto contra estresse que conheço. E tem gente que reclama porque tem que acordar mais cedo! Como se fosse impossível se adaptar e dormir uma hora antes todos os dias para compensar o desarranjo no relógio. Enfim, as pessoas enxergam o mundo por olhos diferentes...

sábado, 28 de outubro de 2006

Acordei cedo hoje. Mais cedo do que desejaria para um dia de sábado. Isso vem acontecendo com uma certa freqüência ultimamente. Deve ser a velhice que se aproxima. Logo, vou acordar às cinco da manhã, como meus avós fizeram por tantos anos na minha infância (e talvez meu avô ainda mantenha esse hábido, apesar da partida de sua cara-metade). Não, mas não é a velhice. Vou viver até os noventa, prometi pra mim mesma esses dias, e todas as partes do meu corpo concordaram sem ressalvas. Então, o fato de eu não ter alcançado nem os trinta ainda me torna praticamente uma adolescente. Mal vivi um terço da vida!

É a chegada do verão, só pode ser. Sinto cheiro dele no ar. E já bate uma saudade da praia, pisar na areia, me jogar no mar... bons tempos em que se podia passar um mês inteirinho de férias na beira do oceano... Mas chega de me lamentar, que tenho muitas coisas boas para viver ainda.

Esses dias meu marido visitou esse blog pela primeira vez. E eu que achava que ele vinha aqui com freqüência! Para meu espanto, ficou surpreso com o que leu. Parafraseando o que escreveu em seu blog (caputz, excelente texto, mas poucas vezes atualizado), “a gente vive cinco anos com uma pessoa e tem a pretensão de achar que a conhece”. A verdade é que cada ser humano guarda um mundo dentro de si. Difícil pôr pra fora tudo que carregamos conosco, mostrar as mil faces de nossas almas para cada um que encontramos. E ainda tem tudo aquilo que fica de cada pessoa que fez ou faz parte da nossa vida. Sim, porque as pessoas deixam rastros por onde passam e nos transformam em seu caminho.

Tem um vento frio lá fora, apesar do sol. Ainda é primavera? Sou perdida nas estações, mas deve ser. Hoje fico por aqui.

A prece do dia: Senhor, dê-me serenidade para seguir em frente, e alegria para distribuir àqueles que eu encontrar no caminho.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Ao Mar

Soltei as amarras
E minha alma leve
Guarda mais espaço para a felicidade

Que venha meu destino de balzaquiana!
Sem travas, sem mágoas
A liberdade é um dom para poucos
Que pairam à beira da loucura
Sem nunca se deixar cair

Vai! Mas leva o meu som contigo...
Como diria o poeta: "tudo vale a pena se a alma não é pequena".

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

2ª tentativa de aprender espanhol. E, para variar, um poema que não é meu.

Me gustas cuando callas
Pablo Neruda

Me gustas cuando callas porque estás como ausente, y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca. Parece que los ojos se te hubieran volado y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma emerges de las cosas, llena del alma mía. Mariposa de sueño, te pareces a mi alma, y te pareces a la palabra melancolía.
Me gustas cuando callas y estás como distante. Y estás como quejándote, mariposa en arrullo. Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza: déjame que me calle con el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio claro como una lámpara, simple como un anillo. Eres como la noche, callada y constelada. Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente. Distante y dolorosa como si hubieras muerto. Una palabra entonces, una sonrisa bastan. Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Repete comigo:

Hoje é sexta-feira.

Mais uma vez:

Hoje é sexta-feira!

Isso, agora, com mais alegria:

Hoje é sexta-feira!!!!

Pronto. Sentiu uma leveza na alma, uma sensação de paz e felicidade interior?

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Poesia

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Santiago

Abaixo do horizonte cinza em que te escondes
Vive um universo de cores e melodias
Tão diverso do que estou acostumada
Que nem me dei conta
De estar fora de minha alçada

E esse teu sabor verde
Com aromas de carvalhos diversos
Deveras embriagante
É quase doce de tão seco
Dessa tua realidade distante


Espero um dia poder reverte
Com teus bordados de neve
E tuas montanhas, quase nuas
De mil curvas
Ou seriam cinqüenta e duas?

Pouco importa
O que conta
É que agora estarás comigo para sempre.

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Após uma semana de ausência, cá estou novamente. E, ao invés de descarregar os pensamentos que me rodeiam nos últimos dias, vou falar do Chile. Porque seria uma injustiça não comentar o que esse país tem de bom, tendo passado uns dias por lá.

Começo pelo básico: o sistema de transporte (ao menos de Santiago) é excelente. O metrô te leva para os principais pontos da cidade, é rápido, limpo, barato e eficiente. Os ônibus assustam um pouco pela aparência, e não posso comentar, pois não usei. Mas os metro buses (leia-se microônibus) são muito bons.

Sou obrigada a abrir um parágrafo (porque um parêntese seria pouco) para comentar a porcaria de serviço de transporte que temos no Brasil. Em Joinville os ônibus (a maioria, mas não todos) até que são limpinhos, confortáveis. Só. A tarifa é absurdamente cara se comparada a de cidades muito maiores e invariavelmente você é obrigado a transitar em pé, disputando lugar com mais uma dezena de pessoas que tentam se equilibrar entre um ponto e outro. Sem falar nos motoristas, que de profissionais têm muito pouco. E na falta de cortesia comum aos prestadores de serviço dessa área. E no tempo que se fica esperando para pegar um ônibus (algumas vezes, leva-se mais tempo transitando de ônibus dentro da cidade do que se levaria para ir a outro município). Enfim, uma vergonha. Fecha parágrafo.

Voltando ao delicioso Chile, esquiar é uma delícia, mas demooora para se aprender a equilibrar naquilo. Ah, descobri que neve queima muito, mais que praia. Na prática, se é que vocês me entendem. Então... tem muito mais para contar. Mas fico por aqui hoje. Tenho que voltar para a realidade agora...

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Dúvida

E se eu te dissesse
Que não há mais verdades a serem buscadas
Que o sol é somente o sol
E a lua, uma promessa vaga no coração dos homens que sonham

Ainda assim, você me encontraria?

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Sabia que antigamente a histeria feminina era tratada com vibradores? Aliás, o vibrador foi inicialmente criado para este fim. Li na TPM (a única revista feminina que me digno a comprar – aliás, altamente recomendada para mulheres de todos os tipos que já estão, como eu, de saco cheio de ler as mesmas reportagem sobre “como agarrar seu homem” ou “101 técnicas para alcançar orgasmos múltiplos” nessas publicações medianas que circulam por aí). Acreditava-se que o útero “migrava” para diferentes regiões do corpo humano, e essa suposta migração deixava as mulheres descontroladas. Interessante, não? Imaginem hoje um ginecologista ou psiquiatra tratando uma mulher com um vibrador. Indo mais longe: na ausência do aparelhinho, indicando à mulher que “toque uma siririca” regularmente a fim de controlar a histeria. Hahahahahahahahaha! No mínimo seria processado por atentado violento ao pudor. E a gente pensa que naquele tempo é que as pessoas eram moralistas...

Por curiosidade, segue a definição do termo histeria, tirado da wikipedia:
“O termo tem origem no termo médico grego hysterikos, que se referia a uma suposta condição médica peculiar a mulheres, causada por perturbações no útero, hystera em grego. O termo histeria foi utilizado por Hipócrates, que pensava que a causa da histeria fosse um movimento irregular de sangue do útero para o cérebro.”

sábado, 2 de setembro de 2006

“Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.” (do texto Ausência – Vinícius de Moraes)


Tenho uma tendência a gostar das coisas – e causas – impossíveis. Vide a minha irrecuperável atração por livros e filmes dramáticos (excluindo dessa lista o trash Titanic, um exagero que faço questão de não incluir na relação dos “mais mais”). Projetos distantes, grandes esperanças, sonhos sem a mínima chance de se tornar realidade são o meu fraco. E aí me pergunto: não será esse o mal do mundo? A incapacidade de se contentar com a realidade? Ou, como falei esses dias, um mal daqueles que, como eu, não conseguem se enquadrar na vida medíocre que ganhamos ao nascer?

Os extremos são dolorosos. Mas sentir é infinitamente melhor que a anestesia a que estamos sujeitos todos os dias. Mas (de novo esse “mas” – eu devia ter nascido sob o signo de Libra, tamanha a dificuldade que tenho de tomar partido) não seria essa anestesia a química que nos proporciona uma possibilidade de paz? Acho que foi na Bíblia – esse livro controverso – que li um texto que dizia que o sofrimento acompanha o conhecimento (quanto mais você sabe da vida e do mundo, maior a sua chance de sofrer). Triste, né?

Bom, seja o que for (e quem sabe um dia eu descubra), optei pela alegria. “Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces” se Deus quiser, para o bem de todos e felicidade geral da nação. E sigo em frente acreditando com toda a fé desse mundo que meu destino é a felicidade.

sexta-feira, 28 de julho de 2006

O problema da mediocridade é que é possível ser feliz com ela. Mas não muito feliz. A mediocridade é o contentar-se com o sentimento do meio. Uma meia paixão, um meio medo, uma meia alegria. Simples assim, sem nada que faça acelerar o coração. Talvez as pessoas medíocres vivam mais. Tenham menos ataques cardíacos ou derrames. E menos rugas também, pois forçam menos os músculos da face para os sorrisos e as lágrimas. Penso se na próxima vida quero mesmo alcançar esse equilíbrio - a arte de pesar na balança os prós e os contras, sem lutar desesperadamente por um dos lados. E viver num mundo tranqüilo e imutável, sem retrocessos, mas também sem nenhum avanço.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

O tempo que vale

Ia falar da mediocridade. Mas quem consegue falar em mediocridade tendo assistido à uma apresentação da David Parsons Company? Foi ontem, no Festival de Dança de Joinville. Lindo, maravilhoso, um dos melhores espetáculos que já vi. Do tipo que te faz pensar que a vida é bela - mais que no filme - e definitivamente vale a pena.

Eu não ia comentar o Festival de Dança. Assisti à abertura e achei tão chato que fiquei pensando se tinha sensibilidade suficiente para entender essa arte. Mas, depois de ontem, tenho que registrar alguma coisa. A dança das mãos, o bailarino que levitava, tudo perfeito! E sem grandes cenários - só a dança, a música e a luz. Como é que coisas tão simples podem produzir resultados tão inusitados? Mozart adquiriu um novo significado pra mim. E como era mesmo o nome daquela outra banda, que emprestou a música ao espetáculo? Não lembro, mas vou pesquisar e deixar guardado, para ouvir um dia desses.

terça-feira, 25 de julho de 2006

Sorria!
Mesmo que o dia amanheça cinzento, e o sol leve uma eternidade para surgir. Mesmo que o problema pareça insolúvel e a reunião interminável. Mesmo que a lágrima caia, que o corpo se canse e que tudo soe impossível. Mesmo assim, sorria.

Você tem milhões de motivos para sorrir. E sessenta segundos a cada minuto de vida para deixar-se contagiar por um sorriso.

(agora não lembro se fui eu que escrevi, ou se tirei de algum lugar...)
Pensamento do dia:

Só os medíocres são felizes.


(amanhã eu comento)

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Sobre "O Caçador de Pipas"

Aprendi com esse livro que, do lado de lá do Atlântico (nas terras do Afeganistão) as pessoas também riem, choram, comemoram como nós. Mas existem diferenças sutis na forma como elas fazem isso. Se você prestar atenção nessa estória, verá que elas são mais emotivas (do meu ponto-de-vista, mais que os brasileiros, mas eu moro no Sul, não sei se dá para comparar) e tão preconceituosas como nós, só que têm preconceitos diferentes.

Mas não era aqui que eu queria chegar. Ia falar de filmes. Lá eles gostam de saber o final antes. Parece que é meio uma condição para decidir se vale ou não ir ao cinema assistir. Já pensou? Você pergunta para um amigo se o filme é bom, e ele responde: "é ótimo! No final o mocinho fica com a mocinha.." ou então "nada, horrível, o navio afunda e todo mundo morre". Sem chance. Apesar de eu ser do tipo que assiste filmes pela metade, definitivamente não gosto de saber o final por antecipação. Melhor é mergulhar na estória, fazer parte dela e quase viver cada cena...

Poema Incompleto



Amo de um jeito assim
Meio perdido
desconexo
Amo sem saber de mim
Sem saber de ti
(Nada sei, mas ainda assim amo)
Incompleta expressão da alma
Sem começo nem fim
Só para usar a palavra amor


(hoje descarregando os poemas da gaveta)

terça-feira, 18 de julho de 2006

Muuuito melhor hoje! Deve ser o sol, ou a proximidade da quarta-feira, sei lá. Mas continuo sonhando com trabalho.... A vantagem é que já acordo com parte das minhas tarefas resolvidas... :)
Amanhã tem abertura do Festival de Dança pra desanuviar a cabeça.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Péssimo humor hoje. Seria o excesso de festas no final de semana? Sabe Deus... Fazia um tempo não me sentia assim. Tudo parece meio fora de lugar, difícil, sombrio. É como se não fizesse sentido estar aqui. Deve ser crise de segunda-feira, o corpo compensando tudo que não foi dito. Mas nada melhor que um dia após o outro para curar ressacas mentais. E que venha a terça-feira!

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Dizem que nós, mulheres, somos complicadas. Mentira. Somos enroladas, sim, para fazer compras. Ficamos horas a fio provando todo e qualquer tipo de blusa bonitinha que vimos na vitrine, só para chegar a conclusão de que o que precisamos mesmo é um sapato. E daí vão mais algumas horas em outra loja, provando infinidades de sapatos, para concluir que não vamos levar nada - agora. Mas semana que vem tem mais! Também gostamos de falar - muito - sobre o cabelo da fulana que ficou horrível, ou a roupa que vamos usar na próxima festa, e, mais ainda, discutir o relacionamento (embora dessa categoria eu me abstenha de participar, nunca tive muita paciência para aparar esse tipo de aresta).

Agora, fora esse detalhe, complicados são os homens. Experimente colocar cinco homens numa sala de reunião para resolver um problema. Se a reunião for de uma hora, eles vão passar todos os 60 minutos teorizando sobre possíveis soluções. Se for de duas horas, então eles vão levar 120 minutos para discutir a mesma coisa. E depois vão chegar à conclusão de que precisam de outras duas horas de reunião para resolver o problema. Pior: eles vão levar esse tempo todo para acabar fazendo o que nós, mulheres, em cinco minutos (talvez dez, não vamos exagerar), já teríamos colocado em prática! Essa é a verdade: mulheres são práticas. Os séculos de vida doméstica, administrando lares, nos conferiram essa qualidade. Ou seja: se quiser resolver uma coisa rápido, chame uma mulher. Agora, se for abrir uma loja de roupas, que ela seja de roupas masculinas. Porque vender roupa pra mulher é a maior roubada...

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Fall

Um poeminha para começar...

Fall


Um dia de outono
Onde tudo parece certo
Brilhante
Lindo

Como olhar nos seus olhos pela manhã
E pensar que esses segundos
Valem uma vida inteira

Perfeito dia de outono
E eu que já acreditei mais no verão
Eu, que amei o verão mais que tudo
Sinto a serenidade do sol ameno
Batendo aqui perto
E sigo adiante

Entendendo melhor o mundo
Nas folhas da calçada
No cão sem dono
Na inevitabilidade da vida
Na efemeridade do outono.



(sábado de sol, 11h, 13 de maio de 2006)