quinta-feira, 29 de março de 2007

Enquanto o Palmeiras joga...

A semana passou tão rápido que nem lembrei de dizer que, finalmente, está “tudo bem”. Devo agora retirar minhas colocações sarcásticas sobre o help desk (não cito nomes – privacidade é bom e eu também gosto) e agradecer por, enfim, ter recuperado todos os meus arquivos e poder dormir em paz. Nós dois, porque eu infernizei tanto a vida dessa criatura que ele deve ter me amaldiçoado até a quinta geração.

Mudando radicalmente de assunto: vi o Rodrigo Santoro no Lost hoje (lindo, né?). Vai uma dica para as fãs do moço: não vejam os próximos capítulos da série. Estou me coçando para não contar o que acontece, em respeito àqueles que, diferente de mim, conseguem esperar a programação da TV. Mas não assistam. É apav.... ai, que vontade de escrever! Chega, melhor incorporar meu lado sério e escrever uns poeminhas para fazer par com o da hora do almoço, publicado aí abaixo.

Besos latinos de uma fã indignada com Holywood.
(2 x 0 para o Palmeiras - um tributo ao maridão)

Fuga

Eterna e tênue é a linha da loucura
Caminha, companheira, presa aos nossos passos
Feito sombra que não se perde
Fronteira sem alfândega
Basta um pé pisar errado
E lá estamos, nessa terra sem limites
Sanatório, manicômio, lugar de quem perdeu o juízo
Encontrá-lo de que jeito, nesse mundo infinito?
Tentadora
É a linha da loucura.

terça-feira, 27 de março de 2007

terça-feira, 20 de março de 2007

"Tudo Bem"

Sinto-me como aquela mulher da propaganda do novo Ford Fiesta (não, não estou ganhando comissão pela propaganda), a do "tudo bem", sabe? "Débora queria um computador funcionando sem problemas, mas perdeu quase todos os seus arquivos na tentativa de consertá-lo e teve que se contentar com as informações que ela lembrava de memória. Tudo bem (sorriso amarelo)".

Deixa eu explicar: no feriado de 9 de março (aniversário de Joinville) deixei meu computador com o help desk aqui da empresa para consertar uns probleminhas de performance. Quando voltei, na segunda-feira, descobri que havia ocorrido um problema inexplicável no processo de partição do HD (não me perguntem, eu também não sei) e, aparentemente, todos os arquivos estavam perdidos. Daí fiz a pergunta óbvia: "tá, e onde você deixou o backup?" e recebi a resposta trágica: "que backup?".

Duas barras de chocolate e muita lágrima contida depois, fiquei sabendo que restava uma esperança: um programa milagroso que iria recuperar meus dados. Só que ia demorar até o dia seguinte para isso acontecer. Ufa! No dia seguinte, chego na empresa e o cara do help desk, olhando para o chão com cara de desgraça, me informa que “alguém” desligou o computador que estava rodando meu HD. Mas “tudo bem” que agora ele ia rodar tudo no servidor, e servidor ninguém desliga. O dia em que eu conhecer esse tal de Ninguém vou dizer umas boas pra ele. Eis que, no final da tarde, o servidor foi magicamente desligado. Nessa hora eu já estava seriamente pensando em procurar uma benzedeira (não acredito nessas coisas, mas quando o certo não funciona, a gente tem que dar uma chance para o duvidoso).

Segunda tentativa: vamos rodar novamente o HD no servidor. Porque um servidor ser desligado uma vez é até aceitável, mas duas é impossível. Foi nesse ponto que eu comecei a acreditar em olho gordo. Não é que o fdp do servidor desligou de novo? Só pode ter sido Ninguém. Para encurtar a história, já se passou uma semana, e somente hoje consegui recuperar alguns arquivos. Alguns poucos. Mas, “tudo bem”. Estou aprendendo a me libertar dessas coisas materiais. Quem precisa de 3 anos de trabalho mesmo...

segunda-feira, 5 de março de 2007

Da Adolescência e Outros Demônios


Vi o tal “Motoqueiro Fantasma” esses dias no cinema. Teria sido só mais um filme fraquinho daqueles que não vale a pena gastar neurônios lembrando, não fosse assistido numa tarde de sexta-feira, em meio a uma legião de adolescentes.

Ta, eu não li os quadrinhos do tal motoqueiro. Mas acho que nem quem leu pode dizer que o filme é bom. Até que os defeitos especiais não são de se jogar fora, mas o enredo... e aquela caveira então, apontando um dedo pretensamente ameaçador para os bandidos, era de morrer.. de rir! Trash, sem dúvida.

Mas, voltando ao assunto original – os adolescentes – sim, os adolescentes. Antes de tudo, vai um conselho: não vá ao cinema numa sexta-feira à tarde. Nunca, jamais. A menos que você tenha menos de 18 anos e muita paciência. (Receio que essa advertência valha para as tardes de quarta e quinta também, mas não quero criar pânico).

Eles estavam lá. Uma horda deles. (Des)organizados em grupos: os boyzinhos e as patricinhas, os nerds, os casaizinhos, os pré-adolescentes (estes corriam ao redor das cadeiras, brincando de pegar), enfim, um grupo de dar medo. Mas a gente encarou – afinal, são só adolescentes, quando o filme começar eles ficam quietos, disse o meu marido depois da advertência da moça da bilheteria – “Tem certeza que o senhor quer ir a essa sessão? Eles (apontando para o grupo do cabelo esquisito) vão todos entrar...”. Bom, não dava para dizer que a gente não foi avisado. "Eles" gritaram o filme inteiro. Isso fora os “cala-a-boca-filho-da-puta” a cada 5 minutos (adolescente adora dizer filho-da-puta, sentem-se mais adultos, vai entender...). Se arrependimento matasse...

Mas enfim, estávamos de férias, e de férias vale tudo. E, no final das contas, até que serviu para entender mais um hábito do ser humano nessa fase tão pentelha da vida – anota aí: adolescente vai ao cinema na sexta-feira à tarde, depois da aula. Gravou? Depois não diz que não avisei...

sexta-feira, 2 de março de 2007

Poema para o final




Se eu morrer amanhã
Quero que lembrem mais do meu sorriso
Que da minha seriedade
E mais daquilo que escrevi
Do que de tudo que falei
Porque as palavras que saem da boca são impensadas
E fogem à revelia das minhas vontades

Se eu morrer amanhã
Quero flores naturais
Não me venham com plástico, papel ou similares
Deixem um vaso sobre minha lápide
Porque então saberei que alguém passará por ali de vez em quando
Nem que seja para cuidar das flores
E talvez uma borboleta ou outra pare por aqueles arredores
Para passar sua última porção de tempo
E dar um colorido à minha ausência

Se eu morrer amanhã
Peçam a alguém para cantar uma música
Daquelas que falam de paz
E tragam gente, muita gente
Não quero partir na solidão

Mas não se prendam, não se prendam
Se eu morrer amanhã
Vou para muito longe
E a vida vai continuar passando

Se eu morrer amanhã
Quero que saibam que amei
Mesmo tendo demonstrado tão pouco
Que senti, sim, senti muito
Cada segundo passado nesse mundo
(procurem nas palavras, elas dizem tudo)

Se eu morrer amanhã
Talvez descubra o significado da palavra saudade
E peça então para renascer em outra língua
Que o propósito dessa vida já estará cumprido.