sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

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Janelas em bandos
Moldam jardins imprecisos
Preciosas fórmulas para poucos
Poetas binários vivendo em universos paralelos
Janelas, não portas
Aqui, o mundo é vivido em estações solitárias
Lavadeiras cibernéticas trocam fofocas feito pássaros
Namorados guardam fotos em álbuns sem páginas
Páginas contém fatos que não levam tinta
Um outro dia, uma outra história
Ainda que a gente não sinta

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Reflexões Escatológicas

Se você disser que qualquer coisa no mundo foi feita por monges trapistas holandeses que vivem isolados em alguma montanha de nome esquisito e só saem do mosteiro uma vez por ano no dia da limpeza de Natal, pronto: virou iguaria. Dá para imaginar o discurso do vendedor: “O senhor tá vendo aquele cocô ali, ó? Aquele marrom pequenininho, levemente esverdeado? Feito por monges trapistas! Percebe o aroma adocicado, com traços de chocolate e canela? Pode levar que é garantido.” 
Se anunciar que virou moda, por exemplo, colecionar pequenos bibelôs em formato de cocô, e que muito mais chique é quando eles são feitos de cocô de verdade, fulano vai correndo comprar um cocô exclusivo feito por monges trapistas do Tibet. Ninguém vai ligar para o fato dos monges trapistas serem católicos e do Dalai Lama não ter nada a ver com o assunto. 
O que importa é ter requinte. Mesmo que seja comendo cocô.