sábado, 5 de novembro de 2011

Sombra

Sou a sombra dos poemas que faço
Um pedaço insolúvel das frases que escrevo
Minha alma não cabe no papel dos meus traços
Pedaços de mim que nem sequer vejo

Decifra-me. Talvez ao passar por minhas horas
Haja um vislumbre de mim mesma
Sem a ilusão das palavras
Ou o desejo de sê-las.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Uma Fábula do Pensamento

João acha que pensa
nos caminhos que a vida lhe dá
pensa se leva o guarda-chuva
se usa camisa ou paletó
se pega ônibus ou vai a pé

Maria também pensa
Que pensa no que faz
se faz bolo, ou tapioca
se trabalha, se vira dondoca
se estuda, se casa, se descasa
Maria pensa em nem pensar

De tanto acreditar que pensam
Maria até pensa em João
João até pensa em Maria

Pensam que pensam
Maria e João
Que tudo que sabem
Sabem porque pensam
E assim vão vivendo seus dias
Sem pensar
Que na impensável sala ao lado
João e Maria
São pensados

terça-feira, 24 de maio de 2011

De Passagem

Traços rápidos
Para preencher lembranças
Na dança do cotidiano
Quase não deixo recados
É que vou a passos largos
Esquecida dos detalhes
Blogo-me aqui, e me despeço
Num abraço digital humanizado
Até o próximo post.

sábado, 30 de abril de 2011

Sobre as datas e sua falta de significado

Ontem foi Páscoa. Amanhã é Dia das Mães. Datas, datas, datas: por que tantas e tão pouco sentido? Sei que vou me repetir, sigo fazendo isso há algum tempo. Meus avós se repetiam, só agora entendo que isso é sintoma e não característica. Algum dia a ciência nos cura (Deus, se o quisesse, teria usado outra fôrma).
Três linhas de divagação depois, um dia me farei descriadora de datas: implantarei os seis meses sem comemoração de nada, e o comércio que procure outro apelo para vender. Dia das mães? Compre algo quando ela fizer aquele bolo especial e você se sentir especialmente agradecido. Natal? Comemore Deus fazendo uma boa ação para quem precisa. Páscoa? Comemore Deus fazendo uma boa ação para quem precisa e coma chocolate todos os dias para garantir um momento de felicidade. E por que afinal todas as datas precisam usar Deus como desculpa para comprar? Não sou religiosa, mas essa monetização de Deus me incomoda.
Dito isso, sou uma hipócrita: acabo me rendendo ao sistema e comprando todos os presentes obrigatórios. Uma publicitária gastadeira sem fé no comércio indiscriminado. Doismiledoze começa a fazer sentido.  

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Esta manhã

Um sono do tamanho do mundo
E um sol imitando Deus
Azul, infinito, Aquele que carregamos lá dentro
Sem barbas e sem sexo
Deus das crianças que somos,
Belo como as quintas-feiras de abril,
obrigada por Sermos!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Linguagem, pensamento, arte e a Maria Bethânia

Como amante confessa do estudo de idiomas, vivo, desde muito cedo, de mãos dadas com a língua portuguesa, enquanto mantenho um namoro sério com o inglês e um flerte irrecuperável com o espanhol. Recentemente, o francês tem sido alvo de minhas investidas, embora a aproximação esteja levando lá o seu tempo (a arrogância aparente impede uma aproximação direta, creio eu). 
Pessoas como eu, que cultivam histórias de namoros, rompimentos e recomeços no eterno processo de aprender novas línguas, percebem, depois de algum tempo, que o grande segredo não é a decoreba. Decorar palavras e expressões só funciona quando se está começando - você até consegue pegar na mão, dar beijo na bochecha, mas tudo termina por aí. Se quiser seguir adiante, manter um compromisso sério com o novo idioma, tem que aprender a pensar na nova língua.  
E, quando a gente finalmente consegue fazer esse exercício maluco de desligar o português, se prestar bastante atenção vai descobrir uma mudança bastante sutil e interessante em nossa forma de expressar o mundo. Como tudo fica mais intenso se usamos o espanhol, mais requintado com o francês ou ainda mais direto com o inglês. Até aquela maldita inversão da ordem das palavras quando falamos inglês acarreta mudanças em nossa postura. Estranho, quase imperceptível, mas já virou ciência. 
Uma reportagem muito interessante publicada na Scientific American deste mês diz que 
“Ao redor do mundo, as pessoas se comunicam usando uma deslumbrante variedade de idiomas - mais ou menos 7 mil ao todo - e cada um deles exige condições muito diferentes de seus falantes.”*
Os falantes de kuuk thaayorre (estranho, muito estranho) - idioma falado em Pormpuraaw, pequena comunidade aborígene do norte da Austrália - não usam termos relativos ao espaço como esquerda e direita. Ao invés disso, conversam em termos de pontos cardeais absolutos (norte, sul, leste, oeste). Assim, nesta língua, os pontos cardeais são usados em qualquer escala - eles não dizem, por exemplo, “o garfo está à esquerda do prato”, mas usam frases como “o garfo está à leste do prato”.  Em consequência, isso exige de um habitante de Pormpuraaw que esteja sempre orientado, apenas para conseguir se comunicar. Ou seja, em qualquer lugar do mundo que um falante desta língua estiver, ele saberá apontar com extrema facilidade a direção dos pontos cardeais. Não sei vocês, mas eu demoro até para distinguir a esquerda da direita. 
Percebem a mudança que um simples idioma faz em uma pessoa? A reportagem diz ainda que “As estruturas dos idiomas podem facilitar ou dificultar o nosso aprendizado de coisas novas. Por exemplo, pelo fato de as palavras correspondentes a números em alguns idiomas revelarem a base decimal implícita mais claramente (...) as crianças que aprendem essas línguas são capazes de interiorizar mais rapidamente a base decimal. E, dependendo de quantas sílabas as palavras relativas a números têm, será mais fácil ou mais difícil memorizar um número de telefone ou fazer cálculo mental.”* Fascinante. Talvez isso explique aquela fila de japoneses craques em matemática que me davam pesadelos na época do vestibular. 
E, se a língua é um reflexo da cultura, ou a cultura um reflexo da língua (ovo ou galinha?), o que falar da arte? “Arte é cultura.”** Vejam nos asteriscos que as palavras não saíram do meu teclado. E replico mais: “É fruto de sujeitos que expressam sua visão de mundo, visão esta que está atrelada a concepções, princípios, espaços, tempos, vivências.” Faz todo sentido. 
Daí vem aquela discussão do blog da Maria Bethânia, e eu que adoro dar pano pra manga tinha que dar minha opinião, claro. Poesia nunca é demais, muito pelo contrário. Se uma artista do porte dela precisa do dinheiro? Acredito que não, mas ter uma artista do porte dela declamando poesias diariamente, em um blog que qualquer um com acesso à internet pode acessar, tem preço? O assunto é polêmico, mas não é nele que quero chegar. 
Acontece que, no meio da discussão, tive que ler coisas como “o governo não deveria investir em arte - temos problemas maiores, como segurança, saúde e educação”. Isso sim, me incomodou profundamente. Desde quando arte não é educação? Essa não dava para deixar passar. Então, respiro fundo, e termino com palavras que não são minhas, mas de gente com muito bom senso. O contato com a arte de diversos períodos históricos e de outros lugares e regiões amplia a visão de mundo, enriquece o repertório estético, favorece a criação de vínculos com realidades diversas e assim propicia uma cultura de tolerância, de valorização da diversidade, de respeito mútuo, podendo contribuir para uma cultura de paz.”**

*Fonte: “Como a Linguagem Modela o Pensamento”, Lera Boroditsky, Scientific American, março 2011, páginas 62 e 63.
**Fonte: “Arte-Educação para quê?”, Selma Moura, abril de 2008, www.overmundo.com.br 

sábado, 12 de março de 2011

Veneza Reinventada

Eis que a cidade virou água
Entre rios de lama
Uma Veneza reinventada
Brota de cachoeiras súbitas
Corram, fujam!
Nadem feito ratos enquanto o mundo se dissolve em lixo!
É disso que somos feitos agora
É para lá que voltaremos
De enxurrada em enxurrada

quarta-feira, 9 de março de 2011

Nas quartas-feiras de cinzas

Escrevo só por sentir falta
de ter o que escrever
É que a quarta-feira perdida
em seu mundo de cinzas
implora um papel 
mesmo que roto
Escrevo este poema imperfeito
Cheio de clichês reciclados
De poetas muitos
Sem purpurinas, plumas ou paetês
Escrevo para que as horas em mim existam
Também para você

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Novo Documento

Janelas em bandos
Moldam jardins imprecisos
Preciosas fórmulas para poucos
Poetas binários vivendo em universos paralelos
Janelas, não portas
Aqui, o mundo é vivido em estações solitárias
Lavadeiras cibernéticas trocam fofocas feito pássaros
Namorados guardam fotos em álbuns sem páginas
Páginas contém fatos que não levam tinta
Um outro dia, uma outra história
Ainda que a gente não sinta

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Reflexões Escatológicas

Se você disser que qualquer coisa no mundo foi feita por monges trapistas holandeses que vivem isolados em alguma montanha de nome esquisito e só saem do mosteiro uma vez por ano no dia da limpeza de Natal, pronto: virou iguaria. Dá para imaginar o discurso do vendedor: “O senhor tá vendo aquele cocô ali, ó? Aquele marrom pequenininho, levemente esverdeado? Feito por monges trapistas! Percebe o aroma adocicado, com traços de chocolate e canela? Pode levar que é garantido.” 
Se anunciar que virou moda, por exemplo, colecionar pequenos bibelôs em formato de cocô, e que muito mais chique é quando eles são feitos de cocô de verdade, fulano vai correndo comprar um cocô exclusivo feito por monges trapistas do Tibet. Ninguém vai ligar para o fato dos monges trapistas serem católicos e do Dalai Lama não ter nada a ver com o assunto. 
O que importa é ter requinte. Mesmo que seja comendo cocô. 

domingo, 30 de janeiro de 2011

Marinheiros de Primeira Viagem

Vista da piscina - Horizon

Como bons brasileiros, aqui em casa temos uma certa dificuldade em planejar coisas como viagens de férias de verão com antecedência. Em outros períodos do ano tudo parece ser muito mais simples de organizar, mas no verão... o calor só faz pensar em praia, os hotéis ficam lotados e absurdamente caros, e as casas para alugar são sempre uma surpresa (a primeira e única experiência nesse sentido não foi, digamos assim, digna de nota). 
Resumindo, lá pelos 45 do segundo tempo passamos em uma agência de viagens - o que vai contra os princípios desta que vos escreve pelo simples fato de que fazer tudo por conta costuma ser: 1- Muito mais barato; 2 - Extremamente enriquecedor; 3 - Estupidamente flexível. Mas estamos no verão, e coisas malucas acontecem nessa época do ano, como pinheirinhos enfeitados que brotam em salas de estar e gente que compra pacotes de viagem. Então, eis que saímos de férias em nosso primeiro cruzeiro.
O restante do post está dividido em subtítulos para facilitar a navegação de quem procura por dicas de viagens em cruzeiros, mas os curiosos de plantão podem ficar à vontade e também ler isto aqui na ordem que bem entender. 
Um porto para quem mora no Sul

Embarque - Porto de São Francisco do Sul (SC)

Uma das coisas que nos manteve longe dos cruzeiros por todo esse tempo foi o custo: moramos em Santa Catarina e, até há pouco, todas as rotas que saíam do Brasil partiam do Porto de Santos ou de alguma cidade do Nordeste. O que acrescenta valores significativos ao total do pacote, pois é necessário comprar passagens aéreas e terrestres para chegar ao local da partida. Agora, já é possível sair de Itajaí ou de São Francisco do Sul, tornando os passeios bem mais atrativos. Pegamos a rota São Francisco - Vitória, no Horizon, ótima opção para quem decidiu viver a experiência de um cruzeiro pela primeira vez. 
Balança mas não cai
Todo mundo pergunta depois que a gente desembarca do navio: enjoa? Não. Mas, por via das dúvida, leve um remedinho à bordo. Tomamos Dramin no primeiro dia, só por desencargo. E nada aconteceu. A não ser aquela eterna sensação de pilequinho, quando você realmente quis colocar um pé na frente do outro mas ele foi parar lá na extrema esquerda, depois na extrema direita, sabe, igual a político brasileiro (embora receie que os pés destes andem de um extremo a outro em embriaguez proposital).  
Chegar tarde e sentar na janelinha

Data e hora marcadas, chegamos ao Porto de São Francisco do Sul às 11h, num calor de derreter. Não há ar-condicionado no estacionamento do terminal de passageiros, tampouco no porto. E nem ventiladores para amenizar o quase insuportável calor da espera. Em São Chico o navio não atraca no porto - você vai até ele num barco com capacidade para cerca de 70 pessoas. Como havia uns 400 passageiros, dá para imaginar o tempo que isso levou. 
Dica importante: se tiver que deixar o carro no estacionamento, leve sapatos confortáveis, bonés e protetor solar. Despache a bagagem e vá a pé até o porto. Leva de 10 a 15 minutos, e as ruas estreitas com casinhas antigas rendem um belo passeio. Do contrário, terá que esperar pelas vans de 1h a 3h. A fila é bem grande, acredite. 

Janela da cabine

Como não sabíamos de nada disso, resolvemos esperar sentados até que a fila para as vans reduzisse, então, duas horas e meia depois, finalmente chegamos à nossa cabine. A grande surpresa foi a janela no quarto - isso porque havíamos comprado o pacote mais econômico possível, com vista para lugar nenhum. Ganhamos um upgrade! Obrigada agência de viagens - vocês até que não são tão ruins. 
Cabines, não caixas de fósforos
Para casais e pessoas com menos de 1,85m de altura, as cabines são bem confortáveis. Há guarda-roupas e penteadeira, televisão, banheiro, telefone. Só não tem frigobar - mas quem precisa dele afinal? A limpeza da cabine é feita duas vezes por dia, de manhã e à noite, e cada área tem a(o) sua/seu “personal camareira(o)”. Inclusive ao entrar na cabine pela primeira vez ela(e) se apresenta a você e mostra as instalações. Melhor que muito hotel por aí. 
Outra coisa interessante é o diário de bordo. Toda noite é entregue na sua cabine, com a programação do navio no dia seguinte. Leia sempre. 
A gente não quer só comida?

Demonstração culinária - dia de navegação

Drinques - com e sem álcool

A vantagem de comprar um pacote para um cruzeiro com tudo incluso é que você pode comer literalmente a qualquer hora do dia. Verdade. Café da manhã, almoço, lanches, janta, mais lanches, café da manhã... Além das bebidas - sucos, refrigerantes, cervejas, cafés e drinks diversos ao seu alcance nos restaurantes e bares do navio. Dá para enjoar de tanto comer. Mas isso só acontece lá pelo almoço do último dia, quando você já garantiu seus cinco quilos extras. E olha que tem que passar muito mal durante toda a viagem para não engordar em férias assim.
Teatros, música, dança...
Se imagina que a única diversão em um cruzeiro é a piscina, está redondamente enganado - ou vai ficar, depois que fizer a viagem e vasculhar todos aqueles buffets. O navio mantém uma programação diária de shows que misturam música, dança e mágica (ilusionismo?), apresentados toda noite em duas sessões. Pessoalmente, não levava muita fé na qualidade disso tudo, mas tenho que dar o braço a torcer. Vale a pena assistir. 
Além das apresentações no teatro do navio, há ainda muita música ao vivo nos bares e à beira da piscina, além das festas temáticas que acontecem normalmente após o último show da noite. Claro, está tudo incluso no pacote. 
O que não está incluso e só acontece quando o navio não está atracado no porto são os jogos no cassino e as compras no free shop. Os preços deste último não são tão bons assim, mas ainda mais baratos que comprar as mesmas marcas em terra firme.   
Casais com filhos também podem ficar tranquilos: existem equipes de animadores no navio prontas para entreter as crianças por tempo suficiente para os adultos aproveitarem cada segundo das férias. 
Cidades e guias
Paramos num porto do roteiro, e agora? Sinceramente, não é preciso comprar pacotes de passeio (eles são vendidos em separado dentro do navio) para cidade nenhuma em que o navio parar. Eles são caros, cobrados em dólar (vão de 28 a 40 dólares por cabeça), e normalmente não contemplam os preços das entradas nas atrações - como o Cristo Redentor no Rio de Janeiro, por exemplo. O que eles fazem é levar você até o ponto turístico e depois trazer de volta. Convenhamos, se tem mais de 14 anos você pode fazer isso sozinho gastando bem menos. A dica aqui é pegar um mapa da cidade com os pontos turísticos - normalmente são distribuídos nos portos, mas, para garantir, você pode pesquisar isso em casa antes da viagem - e depois pegar um táxi, ônibus ou mesmo dividir uma van com outros passageiros. 

Parte superior do navio, com vista para o Porto de Vitória (ES) 

Maridão descansando na praia de Camburi - Vitória

Praia do Canto - Vitória

Em Vitória, por exemplo, o porto é colado ao centro da cidade. Você pode fazer um tour a pé pelas atrações históricas e depois pegar um táxi ou ônibus até a praia de Camburi. Perguntamos no mercado municipal e descobrimos um ônibus com ar-condicionado e assentos confortáveis pela bagatela de R$ 3,40 a pessoa. 

Vista do Pão de Açúcar (Praia de Botafogo - Rio de Janeiro)

Praia de Ipanema - Rio de Janeiro


No Rio de Janeiro, como já conhecíamos o clássico roteiro do Cristo Redentor - Pão de Açúcar - Copacabana, saímos do porto, andamos umas três quadras até o metrô e fomos visitar o Aterro do Flamengo e Ipanema. Ressaltando que, para quem deseja conhecer o roteiro padrão, o táxi é barato por lá e vale mais a pena do que os pacotes do navio. 

Piranha (o peixe, óbvio) no Aquário de Santos (SP)

Leitura recomendada
Não leia nada nas primeiras horas de viagem. Nem tente pegar o baralho e jogar uma partidinha de tranca (há uma sala de jogos no navio). O estômago parece não entrar em acordo com os olhos sobre a leitura de coisas tão pequenas e próximas em alto mar. 
Quando estiver devidamente ambientado, recomendo “A Vida, o Universo e Tudo Mais”, do Douglas Adams. Sequência da “trilogia de cinco” iniciada por Adams com “O Guia do Mochileiro das Galáxias”. Este, aliás, útil mas não obrigatório para o devido entendimento do livro. 
Além dos livros, não deixe de passar os olhos no Diário de Bordo do navio, como já mencionado alguns parágrafos acima. 
Aos fanáticos por internet, lamento informar, mas só conseguirão acessá-la quando o navio estiver atracado (ou perto o suficiente da costa, o que dá quase no mesmo). Sinceramente, não saber o que acontece ao resto do mundo só por uns dias não mata ninguém. Dá até uma certa paz (soa estranho vindo de alguém que mantém um blog, eu sei). Mas lembre-se: nossos avós faziam isso o tempo todo. 
Enfim...
Dúvidas, críticas, sugestões - esqueci de algo importante? Deixe seu comentário e retornarei o mais breve possível. Agora vou ali respirar um pouco, que fevereiro bate à porta. 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Canta Brasil

Morais Moreira, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho... ô povinho bom pra fazer músicas que combinam com o verão! Ótima companhia pra praia, sol e mar - ou ao menos levantar ainda mais o astral num dia lindo como esta sexta-feira. Abaixo uma palhinha, e pequena seleção para quem quiser mais em http://blip.fm/deboramh

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Novos e Velhos Caminhos

Sempre acreditei em heróis perfeitos. E isso não diz respeito à força física - talvez por minha eterna falta de coordenação o corpo nunca foi o centro de minhas imaginações. Mas pensei sim que as grandes figuras da história guardassem mais coerência entre vida e princípios. Mania besta de pensar que o resto do mundo pode ser tão diferente de mim. Se reconheço minha imperfeição, bem poderia saber que ela faz parte de cada um, até dos que têm coragem de enfrentar as ditas verdades humanas.

Acontece que terminei 2010 lendo Os Caminhos de Mandela, do Richard Stengel. Altamente recomendado, assim como a leitura de livros inspiradores ao final e início de cada ano. Não que datas façam grande diferença, digamos que é apenas uma forma de organizar as metas de vida. Vi no livro um Mandela complexo, difícil de decifrar e ainda assim o grande líder a ser seguido, ao lado de Gandhi e outras tantas figuras dignas de nossa admiração. A citação do último post de 2010 (logo abaixo) encontrei lá.

Agora começo 2011 compartilhando a experiência e esperando que você algum dia leia com olhos atentos cada capítulo, em especial o primeiro. "Coragem não é ausência de medo" é o título.


"Nenhum de nós nasce corajoso, ele diz. Tudo está na maneira como reagimos a diferentes situações." (Nelson Mandela, por Richard Stengel em Os Caminhos de Mandela)