sábado, 2 de setembro de 2006

“Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.” (do texto Ausência – Vinícius de Moraes)


Tenho uma tendência a gostar das coisas – e causas – impossíveis. Vide a minha irrecuperável atração por livros e filmes dramáticos (excluindo dessa lista o trash Titanic, um exagero que faço questão de não incluir na relação dos “mais mais”). Projetos distantes, grandes esperanças, sonhos sem a mínima chance de se tornar realidade são o meu fraco. E aí me pergunto: não será esse o mal do mundo? A incapacidade de se contentar com a realidade? Ou, como falei esses dias, um mal daqueles que, como eu, não conseguem se enquadrar na vida medíocre que ganhamos ao nascer?

Os extremos são dolorosos. Mas sentir é infinitamente melhor que a anestesia a que estamos sujeitos todos os dias. Mas (de novo esse “mas” – eu devia ter nascido sob o signo de Libra, tamanha a dificuldade que tenho de tomar partido) não seria essa anestesia a química que nos proporciona uma possibilidade de paz? Acho que foi na Bíblia – esse livro controverso – que li um texto que dizia que o sofrimento acompanha o conhecimento (quanto mais você sabe da vida e do mundo, maior a sua chance de sofrer). Triste, né?

Bom, seja o que for (e quem sabe um dia eu descubra), optei pela alegria. “Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces” se Deus quiser, para o bem de todos e felicidade geral da nação. E sigo em frente acreditando com toda a fé desse mundo que meu destino é a felicidade.

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