sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Repete comigo:

Hoje é sexta-feira.

Mais uma vez:

Hoje é sexta-feira!

Isso, agora, com mais alegria:

Hoje é sexta-feira!!!!

Pronto. Sentiu uma leveza na alma, uma sensação de paz e felicidade interior?

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Poesia

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Santiago

Abaixo do horizonte cinza em que te escondes
Vive um universo de cores e melodias
Tão diverso do que estou acostumada
Que nem me dei conta
De estar fora de minha alçada

E esse teu sabor verde
Com aromas de carvalhos diversos
Deveras embriagante
É quase doce de tão seco
Dessa tua realidade distante


Espero um dia poder reverte
Com teus bordados de neve
E tuas montanhas, quase nuas
De mil curvas
Ou seriam cinqüenta e duas?

Pouco importa
O que conta
É que agora estarás comigo para sempre.

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Após uma semana de ausência, cá estou novamente. E, ao invés de descarregar os pensamentos que me rodeiam nos últimos dias, vou falar do Chile. Porque seria uma injustiça não comentar o que esse país tem de bom, tendo passado uns dias por lá.

Começo pelo básico: o sistema de transporte (ao menos de Santiago) é excelente. O metrô te leva para os principais pontos da cidade, é rápido, limpo, barato e eficiente. Os ônibus assustam um pouco pela aparência, e não posso comentar, pois não usei. Mas os metro buses (leia-se microônibus) são muito bons.

Sou obrigada a abrir um parágrafo (porque um parêntese seria pouco) para comentar a porcaria de serviço de transporte que temos no Brasil. Em Joinville os ônibus (a maioria, mas não todos) até que são limpinhos, confortáveis. Só. A tarifa é absurdamente cara se comparada a de cidades muito maiores e invariavelmente você é obrigado a transitar em pé, disputando lugar com mais uma dezena de pessoas que tentam se equilibrar entre um ponto e outro. Sem falar nos motoristas, que de profissionais têm muito pouco. E na falta de cortesia comum aos prestadores de serviço dessa área. E no tempo que se fica esperando para pegar um ônibus (algumas vezes, leva-se mais tempo transitando de ônibus dentro da cidade do que se levaria para ir a outro município). Enfim, uma vergonha. Fecha parágrafo.

Voltando ao delicioso Chile, esquiar é uma delícia, mas demooora para se aprender a equilibrar naquilo. Ah, descobri que neve queima muito, mais que praia. Na prática, se é que vocês me entendem. Então... tem muito mais para contar. Mas fico por aqui hoje. Tenho que voltar para a realidade agora...

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Dúvida

E se eu te dissesse
Que não há mais verdades a serem buscadas
Que o sol é somente o sol
E a lua, uma promessa vaga no coração dos homens que sonham

Ainda assim, você me encontraria?

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Sabia que antigamente a histeria feminina era tratada com vibradores? Aliás, o vibrador foi inicialmente criado para este fim. Li na TPM (a única revista feminina que me digno a comprar – aliás, altamente recomendada para mulheres de todos os tipos que já estão, como eu, de saco cheio de ler as mesmas reportagem sobre “como agarrar seu homem” ou “101 técnicas para alcançar orgasmos múltiplos” nessas publicações medianas que circulam por aí). Acreditava-se que o útero “migrava” para diferentes regiões do corpo humano, e essa suposta migração deixava as mulheres descontroladas. Interessante, não? Imaginem hoje um ginecologista ou psiquiatra tratando uma mulher com um vibrador. Indo mais longe: na ausência do aparelhinho, indicando à mulher que “toque uma siririca” regularmente a fim de controlar a histeria. Hahahahahahahahaha! No mínimo seria processado por atentado violento ao pudor. E a gente pensa que naquele tempo é que as pessoas eram moralistas...

Por curiosidade, segue a definição do termo histeria, tirado da wikipedia:
“O termo tem origem no termo médico grego hysterikos, que se referia a uma suposta condição médica peculiar a mulheres, causada por perturbações no útero, hystera em grego. O termo histeria foi utilizado por Hipócrates, que pensava que a causa da histeria fosse um movimento irregular de sangue do útero para o cérebro.”

sábado, 2 de setembro de 2006

“Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.” (do texto Ausência – Vinícius de Moraes)


Tenho uma tendência a gostar das coisas – e causas – impossíveis. Vide a minha irrecuperável atração por livros e filmes dramáticos (excluindo dessa lista o trash Titanic, um exagero que faço questão de não incluir na relação dos “mais mais”). Projetos distantes, grandes esperanças, sonhos sem a mínima chance de se tornar realidade são o meu fraco. E aí me pergunto: não será esse o mal do mundo? A incapacidade de se contentar com a realidade? Ou, como falei esses dias, um mal daqueles que, como eu, não conseguem se enquadrar na vida medíocre que ganhamos ao nascer?

Os extremos são dolorosos. Mas sentir é infinitamente melhor que a anestesia a que estamos sujeitos todos os dias. Mas (de novo esse “mas” – eu devia ter nascido sob o signo de Libra, tamanha a dificuldade que tenho de tomar partido) não seria essa anestesia a química que nos proporciona uma possibilidade de paz? Acho que foi na Bíblia – esse livro controverso – que li um texto que dizia que o sofrimento acompanha o conhecimento (quanto mais você sabe da vida e do mundo, maior a sua chance de sofrer). Triste, né?

Bom, seja o que for (e quem sabe um dia eu descubra), optei pela alegria. “Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces” se Deus quiser, para o bem de todos e felicidade geral da nação. E sigo em frente acreditando com toda a fé desse mundo que meu destino é a felicidade.