sábado, 28 de outubro de 2006

Acordei cedo hoje. Mais cedo do que desejaria para um dia de sábado. Isso vem acontecendo com uma certa freqüência ultimamente. Deve ser a velhice que se aproxima. Logo, vou acordar às cinco da manhã, como meus avós fizeram por tantos anos na minha infância (e talvez meu avô ainda mantenha esse hábido, apesar da partida de sua cara-metade). Não, mas não é a velhice. Vou viver até os noventa, prometi pra mim mesma esses dias, e todas as partes do meu corpo concordaram sem ressalvas. Então, o fato de eu não ter alcançado nem os trinta ainda me torna praticamente uma adolescente. Mal vivi um terço da vida!

É a chegada do verão, só pode ser. Sinto cheiro dele no ar. E já bate uma saudade da praia, pisar na areia, me jogar no mar... bons tempos em que se podia passar um mês inteirinho de férias na beira do oceano... Mas chega de me lamentar, que tenho muitas coisas boas para viver ainda.

Esses dias meu marido visitou esse blog pela primeira vez. E eu que achava que ele vinha aqui com freqüência! Para meu espanto, ficou surpreso com o que leu. Parafraseando o que escreveu em seu blog (caputz, excelente texto, mas poucas vezes atualizado), “a gente vive cinco anos com uma pessoa e tem a pretensão de achar que a conhece”. A verdade é que cada ser humano guarda um mundo dentro de si. Difícil pôr pra fora tudo que carregamos conosco, mostrar as mil faces de nossas almas para cada um que encontramos. E ainda tem tudo aquilo que fica de cada pessoa que fez ou faz parte da nossa vida. Sim, porque as pessoas deixam rastros por onde passam e nos transformam em seu caminho.

Tem um vento frio lá fora, apesar do sol. Ainda é primavera? Sou perdida nas estações, mas deve ser. Hoje fico por aqui.

A prece do dia: Senhor, dê-me serenidade para seguir em frente, e alegria para distribuir àqueles que eu encontrar no caminho.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Ao Mar

Soltei as amarras
E minha alma leve
Guarda mais espaço para a felicidade

Que venha meu destino de balzaquiana!
Sem travas, sem mágoas
A liberdade é um dom para poucos
Que pairam à beira da loucura
Sem nunca se deixar cair

Vai! Mas leva o meu som contigo...
Como diria o poeta: "tudo vale a pena se a alma não é pequena".

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

2ª tentativa de aprender espanhol. E, para variar, um poema que não é meu.

Me gustas cuando callas
Pablo Neruda

Me gustas cuando callas porque estás como ausente, y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca. Parece que los ojos se te hubieran volado y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma emerges de las cosas, llena del alma mía. Mariposa de sueño, te pareces a mi alma, y te pareces a la palabra melancolía.
Me gustas cuando callas y estás como distante. Y estás como quejándote, mariposa en arrullo. Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza: déjame que me calle con el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio claro como una lámpara, simple como un anillo. Eres como la noche, callada y constelada. Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente. Distante y dolorosa como si hubieras muerto. Una palabra entonces, una sonrisa bastan. Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.