terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Há algum tempo – 10 anos? Tentei escrever um texto sobre a diferença entre homens e mulheres. Algo contra a sociedade machista, mas que mostrasse algumas sutis distinções entre os sexos. O texto ficou óbvio e pobre. E, sem experiência – embora achasse que tinha muita – não pude corrigi-lo. Hoje tiro duas conclusões daquilo: a primeira é que o nível de humildade no sangue aumenta com a idade. Depois dos trinta, principalmente (em poucos meses o ego é reduzido ao tamanho equivalente de uma ervilha). A segunda conclusão é que as pessoas são infinitamente mais complexas do que seus hormônios permitem. A divisão homem / mulher é simplista demais.

Queria dizer que nós, frágeis representantes do sexo feminino, somos mais dóceis e compreensivas. Mais sensíveis a sujeira, mais capazes de realizar múltiplas tarefas simultaneamente, mais fãs enlouquecidas de chocolate. E que eles, senhores dos músculos e da força bruta, tendem a focar sua atenção em uma coisa de cada vez, não ligam para a toalha de banho molhada em cima da cama ou para a tampa do vaso levantada no banheiro. E tendem a usar a buzina e xingamentos inapropriados numa proporção 10 vezes maior que nós quando ficam atrás de um volante. Mas tudo isso é clichê.

O grande fato – inexplicável pela indústria de massa – é que somos únicos. E, apesar de tudo, complementares. No bom e velho linguajar do interior, cada panela tem sua tampa. E viva a variedade, sô!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Estresse (no Brasil) ou stress (em Portugal) pode ser definido como a soma de respostas físicas e mentais de uma incapacidade de distinguir entre o real e as experiências e expectativas pessoais. Pela definição, stress inclui a resposta de componentes físicos e mentais.
O termo estresse foi publicado pela primeira vez em
1936 pelo médico Hans Selye na revista científica Nature. Existem dois tipos de stress: crónico e orgânico.
O stress pode ser causado pela
ansiedade e pela depressão devido à mudança brusca no estilo de vida e a exposição a um determinado ambiente, que leva a pessoa a sentir um determinado tipo de angústia. Quando os sintomas de estresse persistem por um longo intervalo de tempo, podem ocorrer sentimentos de evasão (ligados à ansiedade e depressão). Os nossos mecanismos de defesa passam a não responder de uma forma eficaz, aumentando assim a possibilidade de vir a ocorrer doenças, especialmente cardiovasculares.
Também conhecido como um modelo teórico bio-psicossocial.
E hoje é só segunda-feira...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

"Cada uno da lo que recibe
Y luego recibe lo que da,
Nada es más simple,
No hay otra norma:
Nada se pierde,
Todo se transforma."
(Jorge Drexler - Todo se Transforma)

domingo, 17 de fevereiro de 2008


"...Eu queria ter uma bomba
Um flit* paralisante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante
Meu mundo que você não vê
Meu sonho que você não crê"


*Flit, descobri mês passado, é o nome de um inseticida muito popular no tempo dos meus avós. Mas só associei o nome à coisa esses dias. Quer dizer, associaram pra mim.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

"Que não haja descompasso
no vão entre nós.
Mas que haja vão
e haja espaço,
para que haja busca
e possamos
esticar os braços,
pra entrelaçar os dedos."

(Do meu pai, publicado em 91, quando eu ainda achava que esse não era o melhor poema do livro)
Voltando ao tema da “geração registro”, lembro do dia em que, pouco depois de ingressar na vida corporativa, questionei meu gerente sobre o uso excessivo de e-mails na empresa. Eu vinha de um mundo completamente diferente, onde as pessoas conversavam muito e digitavam só o necessário, normalmente contatos com fornecedores e clientes. Indignava-me ver pessoas que sentavam lado a lado trocarem e-mails para discutir coisas simples. Hoje, alguns anos depois, sinto que estou mergulhada numa avalanche diária de e-mails, e volta e meia me pego enviando um para colegas que estão a menos de meio metro da minha mesa. É realmente difícil renunciar à segurança dos documentos gravados.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008


Minha avó sempre disse que eu devia aprender a dançar. E casar com um homem que gostasse de dançar. Esse último item era muito importante. Ela passou a maior parte da vida lamentando por ter casado com um homem que não dançava. E ela adorava bailar. Então, ontem, em parte cumprindo os planos da minha avó para mim, em parte porque sempre fui desajeitada e por fim porque poderia ser divertido, fui à minha primeira aula de dança de salão. O nome cheira a mofo, coisa de velho, não? Talvez eu esteja mesmo ficando velha. Mas uma velha que saberá dançar! Menos mal. Quando tiver filhos e eles casarem - se ainda existir casamento até lá - já poderei dançar a valsa com tranqüilidade.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Em tempos de internet, a palavra, discretamente, perde seu poder. Já não valem mais os acordos feitos “no fio do bigode”. Se você não puder provar o que lhe disseram, é como se nada tivesse acontecido. Assim seguem nas empresas as ordens superiores, os avisos, alertas, tarefas a cumprir: se não há um e-mail onde se relata por escrito o que foi dito, então, nada foi dito. Lavam-se as mãos, transferem-se as responsabilidades.

Tudo tem que ser provado ou perde a validade. O que se diz não tem mais valor. É a perda gradativa da dignidade humana. Que mundo nos espera nessas gerações que não conhecem a vida sem registros? Fotos, filmes, documentos – tudo digitalizado e guardado para provar o que quer que seja num futuro provável. Que humanidade é essa tão mutante, tão difícil de prever, que ocupará a Terra dentro de poucos anos?
"Metaforicamente falando, melancolia é isso, frieza e secura, enquanto a alegria é úmida e quente..." (trecho de Saturno nos Trópicos, de Moacyr Scliar)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Indiferença



Sentada na beira do cais
Onda após onda
A outra face
Onde está que não aparece?
Melhor que não houvesse sido
Tão completa
Tão sua
A metade que não existe

Foi-se embora para o horizonte
Longe, muito longe
Em outro porto permanece
Distante e indiferente
À espera da outra parte
Sentada na beira do cais

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Após uns bons dias de céu, sol, sal e mar, que não tem som de "s" mas não importa, volto à velha rotina de olhar para um horizonte cinza que deixa gotas na janela. Êta cidadezinha mais chuvosa! Mas tudo bem (suspiro). O importante é ter saúde...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

As nuvens deram uma trégua - quase volto a acreditar que o céu é azul. Ainda falando da tal da música, visitei um site ontem do Jorge Drexler muito bem feito. Para quem não lembra, ele fez a música Al Otro Lado del Río, trilha do filme Diários de Motocicleta. A música, se não me falha a memória, ganhou um Oscar esses dias. Voltando a falar do site, o sistema de navegação sai do convencional, e todo o layout é diferente, arte mesmo, em todos os sentidos. É possível conhecer um pouco das músicas do cantor e aliviar os ouvidos desses funk/pagode/modinhas que parecem ser os únicos ritmos que as rádios brasileiras conhecem. Vai lá: www.jorgedrexler.com