quarta-feira, 27 de junho de 2007

Tenho que tomar cuidado pra essa coisa não tomar conta de mim. Já invade todos os segundos do meu dia - nada bom, definitivamente, como diria o Ray daquele filme com o Tom Cruise (Rain Man?). Definitivamente.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Epilepsia. Um tipo que se manifesta quando a gente é adulto. 1 ano sem dirigir. Caramba, lá se vai minha independência pelo ralo....

domingo, 24 de junho de 2007


Amnésia

Aconteceu de novo. Foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça ao acordar na ambulância. Agora, preciso escrever. Preciso escrever enquanto ainda tenho lucidez suficiente. Deram-me um remédio que me deixa zonza. Zonza e com sono. Será esse o início da minha loucura? Tenho medo de não ser mais dona de mim. Vou contar o que aconteceu:

Acordei em uma maca, dentro de uma ambulância. Um paramédico me perguntava o que houve e eu, com as lembranças que me restavam, contava que estava dirigindo. Estava dirigindo e agora estou aqui, nessa maca. O que aconteceu? Você sofreu um acidente, disse ele. Começo a mexer dedos do pé e das mãos. Não perdi nenhum sentido importante, pensei. Minha coluna deve estar intacta. Machuquei alguém? Você bateu em uma árvore, ele deve ter dito, não lembro. Algum anjo deve ter olhado por mim, pois nem a árvore eu derrubei. Sorte de principiante? Ah, Deus, não sei, mas obrigada assim mesmo.

No hospital, alguns raios-x depois, a médica queria que eu passasse a noite lá. De jeito nenhum, pensei. Vou para casa. E fui mesmo, com uma receita de um remédio esquisito nas mãos. De 8 em 8 horas tenho que tomar esse negócio. Acordei sábado vendo o mundo girar. Fecho os olhos e abro novamente, numa segunda tentativa. De nada adianta, a estante e os livros continuam balançando. O jeito é me acostumar. Quanto tempo leva para meu corpo não ser mais afetado? Perguntas, perguntas, tenho tantas. Por que justo eu? Só queria uma vida normal, família, filhos, férias na praia.... será pedir muito? Segunda-feira tenho uma consulta com um neurologista e, imagino, saem os resultados dos exames feitos na quinta. Não há de ser nada. Melhor: era só para eu ter história para contar aos netos.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Lucidez

Primeiro poema escrito às 6 da manhã..
Lucidez


O medo mora dentro da gente
E sai em passos felinos
A nos rodear nos momentos mais inoportunos
Alien de um espaço infinito
Destino imprevisível a circundar nossos planos
Anos incautos de sonhos
Haverá futuro num mundo sem livre arbítrio?

terça-feira, 19 de junho de 2007

Dizem que surtei esses dias. Num táxi, a caminho de Curitiba. Dizem, não sei. Não lembro de nada. Será um indício de loucura precoce? Os neurônios se alarmando com a proximidade dos 30? Não sei. Mas não é nada bom não ter consciência dos próprios atos. Ficamos à mercê da sorte, esperando sinceramente nunca precisar dela. Felizmente já passou, e sem maiores conseqüências. Agora é tocar a vida pra frente e torcer para continuar dona dos meus atos até que a morte - e somente ela - nos separe.

domingo, 10 de junho de 2007

Escola de Vida

Pense numa escola que ensina, na prática, para quê, afinal, serve essa tal de trigonometria. Taí um desafio. Eu não aprendi até hoje. Faço parte daquela geração – que infelizmente se perpetua até os dias de hoje – que freqüentou escola tipo linha de produção. Tudo bem, a minha era particular, tinha até umas iniciativas diferentes vez em quando, melhor que muita escola por aí. Mas nunca fugiu da linha “preparamos você para o vestibular”, esquecendo-se de nos preparar para viver.

O resultado foi que passei no vestibular. Primeira da turma. Ótima aluna, mas, já na faculdade, tive uma dificuldade enorme para entrar no mercado de trabalho. Aprendi pouco sobre me virar sozinha. Sabia quase nada do mundo, fora das carteiras escolares e da decoreba que o Ministério da Educação diz que devemos saber.

Virei uma insatisfeita. A meu ver, para a felicidade de quem trabalha comigo. Às vezes eles se enchem, é verdade. Reclamo demais. Mas surgem mudanças dessas reclamações. (Na real, acho que ultimamente ando um pouco acomodada com o sistema, frustrada e com poucas esperanças de gerar mudanças reais).

Mas não era aí que eu queria chegar. Quero falar da escola com a qual passei noites de insônia e momentos de reflexão no chuveiro idealizando. Montei verdadeiros planos mentais de como seria a escola ideal – aquela que eu gostaria de montar, dirigir e espalhar pelo planeta com a velocidade que o século XXI exige. Mas nunca cheguei na solução de um problema crucial: dinheiro para colocar tudo isso em prática. Nunca mesmo. Continuo sem idéias sobre isso. A boa notícia é que descobri que esse meu devaneio é possível. E melhor: possível no Brasil!

A primeira pista de que uma escola assim poderia existir foi um texto que li sobre “A Escola da Ponte”, em Portugal. Recebi num grupo de discussão do qual participo. Como a escola é em Portugal e eu, sem grana, estou no Brasil, guardei o texto para pesquisar melhor no dia em que eu descobrisse como financiar minha idéia. Mas esses dias recebi uma pista – não, um tratado – muito mais quente: meu marido, lendo o livro do Ricardo Semler (esse que mencionei no post anterior) virou-se pra mim e disse: “amor, ele montou a escola que você queria”. Opa! Essa eu quero ver! Li o livro, claro. E descobri que ele não só montou a escola, como estruturou toda uma forma nova de ensino. Melhor: existe um curso que ensina o método! A escola é a Lumiar (http://www.lumiar.org.br), e é possível encontrar diversos textos sobre a forma de ensino deles no site http://www.cursoideb.utopia.com.br. Lá, os alunos escolhem o que querem aprender. E os professores têm que tornar suas aulas interessantes se quiserem mantê-los na sala. É a tal da “educação democrática”, que pode parecer um centro de formação de crianças mimadas à primeira vista, mas têm métodos bastante interessantes de ensinar respeito e ética às crianças. Muito, mas muito mais eficazes do que os utilizados nas escolas “normais” (que, convenhamos, não têm funcionado muito bem ultimamente – se tem alguma dúvida, converse com um professor da rede pública ou privada...).

O Brasil tem esperança, enfim! Saber dessa escola me deixou muito feliz. E reforçou a percepção de que minha vida vem girando em torno do umbigo (não só a minha).

Antes de tudo, é preciso ter humildade para perceber a enorme diversidade do mundo. Marque na agenda (no outlook, celular, blueberrie...): HUMILDADE – esse é o segredo dos vencedores.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Você está louco! Parte 1

Estou lendo o Você está Louco, do Ricardo Semler. Primeira leitura e já virei fã do cara. Um empresário com idéias inovadoras, sem medo de mudar, fazer diferente. Quero terminar o livro e procurar o Virando a Própria Mesa. Daqui uns dias publico as lições aprendidas.