Cuidava dos textos como quem cultiva uma horta. Plantando sinopses, extraindo vírgulas, trocando as palavras até obter frases exatas. Algumas vezes guardava as que ficavam tortas, como se fossem filhas a quem não se pode negar abrigo. E assim criou parágrafos e mais parágrafos de metáforas, contos fantásticos, haikais certeiros, artigos polêmicos e romances memoráveis. Todos os dias, lendo e relendo o que escrevia, escrevendo e reescrevendo o que pensava, transformou letras dispersas em canteiros de idéias, alimentando o mundo à sua maneira.
Foi encontrado em seu jardim, morto de fome em meio à terra seca. Não tinha o dom para cuidar das plantas. Era um jardineiro de palavras.
Um comentário:
Que trágico!!!
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