quinta-feira, 17 de abril de 2008

"Essa canção não é mais que uma canção, quem dera fosse uma declaração de amor...". Cantando hoje lembrei do tempo em que, talvez pela primeira vez na vida, ouvi de verdade uma canção. Acontece que, como muitos adolescentes, tentei aprender a tocar violão quando tinha meus 14, 15 anos. Digo tentei porque nunca consegui fazer isso muito bem e hoje já posso dizer que não sei mais nada mesmo. E, naquela época (dizem que quando usamos esse termo a velhice tá começando a bater na porta), a professora insistia que devíamos saber um mínimo de canto para poder tocar direito. O mínimo que ela falava era cantar na mesma tonalidade da música, o que é ultra, tri, mega básico. Mas eu nunca tinha reparado. E foi então que passei a ouvir música. De verdade. Depois que a gente inicia esse processo, o ato de cantar transforma-se num verdadeiro mergulho: a alma entra na música, mistura-se a ela e, por alguns minutos, a realidade deixa de existir.*

A título de curiosidade, diz a lenda que a música em português é uma versão de Chico Buarque para o original, composto por Pablo Milanez. O músico, cubano, criou a letra como uma homenagem a seu país (Iolanda é o codinome para Cuba, que não podia ser citada na época em países como o Brasil). Bom, informações googlenianas, é sempre bom verificar.

*Nesse processo de ouvir, deixo claro que ainda estou evoluindo. E quem não está?

Um comentário:

Rogério disse...

Falando sobre violão, houve um tempo em que violão era a minha vida. Aprendi com meus 11 anos e nunca mais larguei. O mínimo de voz para acompanhar é essencial, bem como pegar o tom (sabe, aquela nota que vem no início de cada música, basta tocar a corda correspondente da nota e pegar o tom), tem que coordenar ouvido e garganta, nem todos desenvolvem a técnica certa, mas depois de aprender é como andar de bicicleta, você não esquece mais. "Iolanda" é uma das versões mais interessantes de uma música estrangeira para o português (tente escutar "Live in Mars", do Seu Jorge), apesar de ser muito aguda, mantém a sonoridade da original. Gosto muito também de "Volver a los 17", de Mercedes Sosa, no dueto com Milton Nascimento, é de arrepiar, além de ser fácil de tocar. Enfim, música é um desenvolvimento contínuo, no qual você aprende sempre que toca, um arranjo diferente, uma entonação diversa na música, isto é assunto para muitas horas e blogs.