terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Os enfeites, as pessoas comprando presentes, hordas de gente caminhando pelas ruas em meio ao calor infernal, a chuva e o céu cinza que vêm interromper, por instantes, tudo isso. A vida moderna não nos deixa sentir direito esse tal "espírito de natal". Chega quase a ser só mais uma data.

Na infância havia o suspense, o mistério, uma aura de bondade no mês de dezembro. Nada dessa corrida desenfreada que parece não ver a hora do ano terminar. A tecnologia nos roubou o tempo. De sentir, escutar, sorrir, apreciar. Tudo é tão veloz que até as horas passam rápido. E logo teremos 80 anos, com memórias dos natais que vivemos até os 12 ou 13. Todo o resto simplesmente passou, e nós passamos junto. Nem as cigarras cantam mais.

Um comentário:

Rogério disse...

É verdade. Na infância havia uma expectativa sobre o Natal. Era sobre o que ganharíamos de presente, sobre a ida na casa dos avós para a festa de véspera de Natal, sobre a comida que a avó faria, sobre as férias de escola chegando. Hoje sinto falta deste tempo, dos seus cheiros e emoções, da sensação boa de poder ver o tempo passar sem se preocupar em ter que pagar as contas, em ter que ir a comemorações (e nesta época são muitas), em estar atolado de trabalho para "passar o ano" sem muitas obrigações. Este monte de compromissos que colocamos em nossa vida e que ocupam o espaço que era da espera boa pela data, pelas pessoas da família que encontrávamos (alguns não vimos mais), pelos gostos e perfumes desta época.