quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sexo e História

Assistindo à série The Tudors do People&Arts não pude deixar de refletir sobre libertinagem. Segundo o dicionário, libertinagem significa 1. Vida de libertino. 2. Devassidão, licenciosidade. Como essa definição ajuda pouco, indo mais a fundo libertino quer dizer 1. Livre de qualquer empecilho. 2. Desregrado nos costumes, dissoluto, licencioso, devasso, lascivo. Enfim, trata-se de viver para o prazer, sem dar bola para a opinião (e as regras) dos outros.

A série, além de uma boa lição de história, mostra um retrato dos costumes da sociedade da época – sexuais inclusive. O que me deixou com uma pulga atrás da orelha. Não eram as mulheres guardadas à sete chaves para seus maridos? E o sexo não seria um tabu? Tudo bem, os homens podiam pular a cerca a qualquer momento, mas as mulheres também? Seria essa suruba generalizada um recurso dos produtores da série para aumentar a audiência, ou os bons tempos romanos não morreram com a invasão bárbara?

Não canso de ouvir os mais velhos dizendo que “os tempos não são mais os mesmos”, que “antigamente não existia esse negócio de ‘ficar’, sexo antes do casamento ou morar junto”. Será? Tenho duas teorias a respeito: a primeira é que tudo se repete infinitamente. Os acontecimentos, costumes, moda e tudo o mais nunca deixam de existir, só ficam latentes por algum tempo, esperando a hora de retornar. Então, talvez nossos avós, quiçá nossos pais (eu não sou tão velha assim), viveram num mundo mais reprimido sexualmente. E agora nosso papel é ressuscitar os bacanais. E pior (ou melhor, tudo é relativo), na geração de nossos filhos o sexo libertino estará no auge.

A segunda teoria é menos ingênua: o sexo sem freios sempre esteve aí, só que já foi mais escondido. Agora, com tantas formas de comunicação e essa urgência em ter e saber, o ser humano está deixando a vergonha de lado. Já tem mulher nua na novela das 21h! E sexo na das 18h, com a tela ficando escurinha, mas só depois de mostrar os peitos da atriz. Aliás, queria agradecer aos produtores do The Tudors pelo lindo ator que escolheram para interpretar o rei Henrique VIII. O último filme que vi contando a história dele mostrava um homem barbudo e gordo. Estou certa de que o público feminino concorda comigo nesse aspecto: senhores cineastas, esqueçam a total veracidade dos fatos e abram exceção para as aparências. É muito melhor ver um jovem musculoso nas telas – para nós mulheres e para o seu Ibope.

2 comentários:

L.S. Alves disse...

Realmente eles melhoraram muito o rei, pois, de fato o cara era muito feio mesmo.
Segundo, essa libertinagem sempre existiu só que antes dos anticocepcionais e da revolução sexual o sexo só era liberado para mulher depois do casamento. Ela jamais poderia engravidar sendo solteira.
As únicas mulheres antigas que eram controladas eram as rainhas, para que se garantisse o sangue do rei nos filhos que elas gerassem. Elas até podiam ter amantes, desde que não engravidassem.
É como você diz as coisas são cíclicas.

Rogério disse...

Uma coisa eu digo. Era bom ser rei.
Claro que na série, as mulheres são bonitas, os homens apresentáveis, como se na época existisse coisas normais como dentes na boca, bom hálito e higiene (coisa pouco difundida na época).
Quanto ao sexo, sempre foi liberado, desde que a mulher não engravidasse (claro que na nobreza isto era encoberto com um casamento conveniente com algum nobre de plantão com a finalidade de aumentar o patrimônio). No mais, a série é muito bem produzida.