segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Dez pras onze

Se as pessoas soubessem o quanto eu detesto telefone, me enviariam mais e-mails. É sério. Levei anos para aderir ao celular, e praticamente só uso para receber chamadas. Ligar, só em caso de urgência. Nem na adolescência, época em que as meninas costumam ficar horas penduradas no telefone (costumavam, no meu tempo, agora devem ficar na internet, celular, msn, sei lá) eu usava.

Curiosamente, comecei a escrever o texto acima hoje após o almoço e só agora descobri que já escrevi algo bem parecido, há quase um ano (acho) no início do horário de verão. Lá eu também dizia que amo horário de verão. Essa tendência a repetição é coisa de velho. Quanto mais tempo na Terra temos, mais nos repetimos. Meu avô contava vezes seguidas as mesmas histórias de suas caçadas, sempre como se fosse a primeira vez. E eu achava engraçado esse saudosismo, esse eterno recontar a própria vida. É quase como manter a chama acesa, alimentá-la fingindo que o tempo não passou. Mas o pior é que não nos damos conta. Sempre parece a primeira vez, exceto, talvez, por uma sensação leve de déjá-vou (http://www.deja-vou.com - achei o site enquanto pesquisava a palavra – elogio al olvido).

Mas chega, vou dormir ao som de Madredeus. “Haja o que houver, eu estou aqui. Haja o que houver, espero por ti...”

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