domingo, 5 de agosto de 2007

Reflexões sobre a morte

I
Ontem fez 7 dias que meu avô faleceu. Prefiro pensar que foi para um lugar melhor. E fico pensando de onde afinal veio esse costume de relembrar a pessoa que se foi 7 dias depois. Os católicos têm a missa de sétimo dia. Os luteranos (igreja onde fui batizada) também, acho – só não usam o termo “missa” (lá chamam de culto). Das outras religiões não sei.

II
Um quadro caiu na sala da minha mãe na noite em que meu avô se foi. Um quadro pintado por minha avó. Um dia depois do culto/missa de sétimo dia dela, um relógio de porcelana caiu na sala da minha mãe. Um relógio pintado por minha avó. Gosto de imaginar que foram sinais – de alguém do outro lado dizendo para não perdermos a fé, como uma mensagem que diz “olhem, estou aqui, ainda existo, e vocês também continuarão existindo depois”.

III
Não é bem a saudade que nos deixa tristes quando perdemos alguém. O que dói mesmo é a percepção de que perdemos um pouco da gente. De que tudo aquilo que vivemos com a pessoa que se foi deixou de existir junto com ela. Quando alguém que amamos morre, um pedaço da nossa história morre junto (até aquela data, parece que tudo pode ser revivido a qualquer instante). E isso é difícil de superar. É como se morrêssemos um pouco.

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