terça-feira, 17 de novembro de 2009

Paris - Parte IV

Demorou (bastante, confesso) mas vou terminar o relato sobre a viagem a Paris. Não poderia deixar de fora a visita ao Palácio de Versalhes, a Sacre Coer ou o Centre Pompidou.

Eu disse que no dia anterior estava frio? Nada. A visita a Versalhes sim, foi gelada! Saímos do hotel com 1ºC, pensa! Definitivamente, não estava pronta para o outono europeu. Mas tudo vale a pena se a viagem não é pequena.

Anda um pouquinho, pega o metrô, descansa um pouquinho, pega o trem. Adoro o sistema de transporte da França! É rápido, limpo e eficiente. Nada de esperar uma hora para pegar um ônibus cheirando a coxinha e refrigereco de framboesa, rodar por estradas esburacadas e enfrentar engarrafamentos para depois pegar mais uns dois ônibus urbanos ou um táxi caríssimo.

Como todas as grandes obras na França, o Palácio de Versalhes é enorme. E grande também é a fila para comprar o ingresso de entrada (leva meia hora no mínimo para chegar ao guichê). Mas brasileiro, já viu... Logo descobrimos que a fila era só para quem queria comprar ingresso para o tour no palácio principal, coisa que ninguém parecia se dar ao trabalho de investigar– ingressos para a visita completa (incluindo o Grand e o Petit Trianon, além de um áudio guia em idiomas como, pasmem, português – de Portugal, mas inteligível para não-lusitanos) podiam ser comprados em outro guichê, sem filas.

Deixados o frio e a fila para trás, ingressamos no suntuoso Palácio de Versalhes. Uma vez dentro, não é difícil imaginar porque fizeram a Revolução Francesa. Todos os aposentos são ricos em detalhes – banhados a ouro – pinturas e tapetes ornamentados. Até mesmo os tetos contêm pinturas e entalhes. Aqui, o que mais chama a atenção é a Galeria dos Espelhos: de um lado janelas para o belo jardim do castelo, de outro, espelhos na mesma proporção das janelas.

Detalhe interessante: as camas e cadeiras eram pequenas - proporcionais à altura média das pessoas no período (1,50m a 1,60m), enquanto janelas e portas foram desenhadas para gigantes de dois metros. Contradições da época.

Saindo do grande palácio (Le Chateau), fomos passear pelo “jardinzinho” real... Obras modernas (sério) permeavam os canteiros e, abaixo de uma escadaria, podia-se ver um belo chafariz. Assim, olhando de cima, estimamos uns 10 minutos de caminhada e descemos tranquilamente os degraus, apreciando calmamente a paisagem. No meio do caminho, a entrada para um labirinto – mais uma voltinha para ver como é que é. Quase meia hora depois quem disse que chegamos ao chafariz? Anote essa dica (e nunca me contrate para estimar distâncias): lá em cima, ao sair do palácio para o jardim, há um ônibus que você pode pegar para percorrer o trajeto até os outros dois palácios e apreciar a paisagem - sentado. Vale a pena, porque o jardim é simplesmente imenso. Pense nuns 3 ou 4 campos de futebol (não aqueles lá do bairro, um Maracanã mesmo): é essa a distância que percorremos a pé. Se quiser algo mais rápido e personalizado, pode alugar um carrinho – do tipo de campo de golfe, sabe? Também vale a pena. A menos que você esteja muito descansado ou seja maratonista profissional.

Sobre os outros dois palácios, 2 comentários: o Grand Trianon foi construído para que a família real pudesse, ocasionalmente, refugiar-se da corte. Já o Petit Trianon foi feito por um dos reis da França para abrigar sua amante – quando ele queria se livrar dos afazeres reais ela estava ali, pertinho (os homens podiam tudo mesmo naquele tempo). Tempos e redecorações depois, acabou sendo o preferido de Maria Antonieta – a rainha que foi decapitada na Revolução Francesa. Neste último, é possível ver instalações como uma cozinha, que curiosamente servia somente para esquentar as refeições – feitas em outra instalação para evitar ratos e doenças.

Ah, claro: ao longo do trajeto o visitante encontra alguns restaurantes e lanchonetes. Se não estiver com pressa, sente e aproveite a vista. Há inclusive uma Ladureé (confeitaria francesa citada no último post) no caminho entre o Grand e o Petit Trianon.

De tarde, descansar, claro. Que não. Pausa para o almoço e tomamos o trem de volta a Paris. Linhas de metrô adiante, chegamos ao bairro de Montmartre, onde fica o ponto mais alto de Paris e a Sacre Coer, enorme igreja do século XIX construída em pedra de travertino (diz a Wikipédia), o que garante sua cor eternamente branca. Vale a visita à igreja, que realmente é muito bonita, e a vista, claro (mas nesse quesito ainda prefiro a Torre Eiffel). Atrações à parte, este bairro mostra um outro lado de Paris, menos próspero, digamos assim. Mas nada muito diferente do que vemos no Brasil – aliás, bem melhor.

Calma, o dia ainda não terminou. Com um restinho de fôlego e mais um pouco de metrô, chegamos ao Centre Pompidou. Uma espécie de museu de arte moderna cuja arquitetura é, em si, uma atração. O prédio todo foi construído “ao avesso”. Tubulações, fios, encanamentos – toda a estrutura que normalmente é escondida nas paredes, aqui, fica do lado de fora. É quase um alien da arquitetura, ainda mais comparado aos antigos edifícios franceses que o circundam.

Sua estrutura abriga uma biblioteca, restaurante, café, exposições de artistas contemporâneos e modernos, onde se pode encontrar, entre outras raridades, o que é talvez o maior acervo de quadros de Pablo Picasso do mundo.

Após essa maratona cultural fomos, enfim, dormir. O dia seguinte – praticamente o último em Paris, foi preenchido com uma visita às ruínas arqueológicas (mencionadas no Paris Parte I), à Ópera de Paris, a duas FNACs e uma segunda caminhada pela Champs Eliseé. E devo dizer que ficaria lá por bem mais tempo se as finanças permitissem. É isso - se você quer uma viagem inesquecível, coloque Paris no itinerário.

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