terça-feira, 21 de outubro de 2008

O mau do brasileiro é a pena. Brasileiro tem pena do mendigo, do cara que pede esmola no sinaleiro, tem pena até de bandido. É a maldita síndrome do coitadinho, essa coisa que nos puxa pra baixo, fazendo com que recompensemos sempre quem ficou para trás, ao invés daqueles que lutaram para chegar na frente. "Ah, mas tem político corrupto". Tem, um monte. E um povo bunda que não sabe votar. "Tem gente que não precisa trabalhar, já nasce rica". E que culpa eles têm disso? "Tem criança pedindo esmola porque está com fome". Está, mas a esmola de hoje só vai fazer com que ela peça mais esmola amanhã.

Essa síndrome horrorosa matou uma menina inocente este final de semana. A polícia ficou com pena de machucar o bandido e deixou o seqüestro evoluir até que a vítima fosse morta. Assassinada pela pena. Qualquer brasileiro que tenha ligado a TV nas últimas 24h conhece essa história.

Se ao invés da pena usássemos mais nosso cérebro, esse país perderia menos tempo se lamentando da fome, do analfabetismo, dos roubos e dos seqüestros. Mas somos coitadinhos, e coitadinho só sabe sofrer...

Um comentário:

Rogério disse...

É como comentei em meu blog. Esta maldita consciência latina acaba com nosso Estado. O Estado tem o monopólio da violência. É o único que pode fazer uso dela em defesa da coletividade. Quando ela abre mão deste direito e dá o mesmo ao bandido, acontece como no caso do sequestro de Eloá, o bandido faz uso dela.
Enquanto o Estado ficar preocupado com a repercussão da mídia com seus atos, ao invés de pensar friamente e fazer o que é justificável, estaremos passando por sofrimentos que são totalmente evitáveis. A polícia errou e a mídia errou neste caso. A polícia, por dar muita importância para a opinião da imprensa e a imprensa por incutir um medo da opinião desfavorável aos atos da polícia. Penso que ambos deveriam ter um acordo comum. Quando você trata com bandido, a polícia deve e tem o direito de usar a violência.